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O conhecimento sobre a energia elétrica evoluiu e a tornou essencial para o modo de vida contemporâneo. Contudo, ainda há diversas questões a serem solucionadas e aperfeiçoadas. Uma delas é como garantir a transmissão segura e eficiente dessa energia, problema que fomentou mentes de grandes gênios e que hoje alcança patamares tecnológicos cada vez mais altos.
A energia é o que permite a atividade celular, que move e aquece nosso corpo, é essencial para todos os seres vivos e é também necessária para o funcionamento das sociedades, da indústria, da agricultura e das cidades. De suas diversas modalidades, a energia elétrica tem um papel especial por ter permitido o desenvolvimento do modo de vida contemporâneo, que tem a tecnologia como fundamento. Invenções como motores, computadores, internet, smartphones, somente foram possíveis depois que as grandes relações entre a eletricidade e o magnetismo foram elucidadas, mudando a humanidade para sempre.
No século XVIII, a energia elétrica ainda era pouco conhecida e tinha fins apenas de entretenimento e seu estudo era muito elementar. Esse cenário mudou com Michael Faraday (1791-1867), grande cientista inglês, que experimentalmente criou o primeiro motor eletromagnético, dentre vários outros experimentos imprescindíveis ao avanço da ciência e da tecnologia. A partir de então, a energia elétrica tornou-se a base da economia mundial.
Tornamo-nos, assim, exageradamente dependentes da eletricidade e, por isso, todos os países mantêm políticas prioritárias de busca por novas fontes de energia e de aumento de sua produção e oferta. No Brasil, onde a procura por energia triplicará até 2050, fontes de energias limpas e os combustíveis fósseis terão que agir em conjunto com demais fatores que otimizem a eficiência do uso da eletricidade para suprirem a demanda. Um deles está na transmissão dessa energia, das usinas até o consumidor.
Existe uma enorme preocupação em transportar a energia por longas distâncias com segurança e mínimas perdas. A discussão de como fazer isto é antiga, do começo da indústria de energia, quando a “guerra das correntes” assolava entre os dois maiores inventores da época: Nikola Tesla (1856-1943) e Thomas Edison (1847-1931). Em 1882, Edison demonstrou o primeiro comercial de uma usina de energia, condicionada pela corrente contínua. Mas é a corrente alternada de Tesla que reina no dia.
Durante o século XX, o mundo dos sistemas de energia era baseado no modo AC (alternating current), porque por meio dela a energia elétrica podia ser transformada para tensões altas usando indução magnética e eram enviadas por grandes distâncias a correntes baixas, minimizando as perdas por resistência. No destino, o sistema poderia reduzir a tensão para a distribuição local. Naquele tempo, não havia como fazer o mesmo com DC (direct current). Entretanto, engenheiros eletricistas sabiam que o modo de operação DC em altas tensões seria superior ao AC para uma mesma tarefa, uma vez que a quantidade de eletricidade perdida em uma transmissão DC seria significativamente menor do que com AC.
Em um sistema de transmissão DC, quando a intensidade da tensão é dobrada é necessário apenas metade da corrente, em comparação com um sistema de transmissão AC. Desse modo há uma redução de perdas nas linhas de transmissão por um fator de quatro. Necessita-se também de bem menos fios, pois a corrente DC se distribui no condutor inteiro de uma linha de energia, enquanto correntes AC mantêm-se predominantemente próximas à superfície (skin effect). De outra maneira, para um condutor de mesmo tamanho, a resistência efetiva é maior com AC e mais energia é perdida como calor. Na prática, isto significa que toda a infraestrutura para AC excede demasiadamente a necessária para a DC. Para transmitir 6000 megawatts usando um sistema AC de 765-kilovolts, por exemplo, precisaria-se de três circuitos individuais de linhas de transmissão, os quais cortariam um caminho de cerca de 180 metros de largura. Comparando com um sistema DC de 800-kV, seria usado somente um caminho de 80 metros de largura.
Altas tensões DC ainda permitem uma transferência mais fácil de energia entre redes que operam em diferentes frequências. Conversores, cabos, disjuntores e outros componentes para isso são mais caros que os para AC, de modo que é somente economicamente viável usar a estrutura DC para distâncias maiores que 500 km. Mas essa distância mínima decresce cada vez maiscom a queda dos preços dos componentes DC.
Com essas vantagens em mente, engenheiros eletricistas experimentaram a tecnologia de transmissão DC pelo século XX, cujos principais empecilhoseram os conversores AC-DC/DC-AC. Pela década 1960, os conversores eram válvulas de arcos de mercúrio, basicamente chaves eletrônicas, mas que podiam meramente ser ligadas e não desligadas. Nos dez anos seguintes, surgiram os tiristores resfriados por água, um tipo de chave de estado sólido que ligava e desligava. Desde então, as altas tensões DC se expalharam modestamente na América do Norte, enquanto realmente cresceram em locais como Brasil, China, Índia e Europa Oriental. No final dos anos 1990, os transistores bipolares passaram a ser utilizados pela capacidade de serem chaveados diversas vezes por ciclo. As últimas versões desses transistores já chaveiam em menos de um bilionésimo de segundo.
Entre os outros componentes envolvidos, são de imediata necessidade disjuntores de reação rápida e com circuitos que possam suportar correntes acima de 60 kA e que respondam a detecções de falhas em milisegundos. Há três anos, a companhia suíça ABB anunciou um disjuntor híbrido eletromecânico que já é aplicado no país. Nesse ano, a Siemens anunciou também o sucesso do teste de um disjuntor de 5 kA para uma linha DC na China ligando duas províncias. Todoesse cuidado acontece em virtude de que propriedades especiais para os disjuntores são necessárias para transmitir correntes elevadas de um lugar para outro.
Há muito ainda a ser feito para diminuiro custo e o tamanho desses dispositivos e otimizar seu desempenho. Em um futuro relativamente próximo, cabos de energia feitos com supercondutores em altas temperaturas tendem a ser utilizados, ao invés de cobre e alumínio. Isso aceleraria enormemente a instalação de linhas de transmissão cada vez maiores e mais eficientes, já que podem resistir a altas potências com perdas praticamente nulas e requeririam infraestruturas menores que as DC tradicionais. Outra área promissora envolve eletrônicos baseados em elementos além do silício. Pesquisas mostram que novos materiais como carboneto de silício e nitreto de gálio são promissores para o tipo de chaveamentoexigido pela rede DC, reduzindo gastos e aumentando a funcionalidade dos conversores.
São por avanços como esses, permitidos pela Engenharia Elétrica e pela Ciência, que o mundo pode usufruir melhor de seus recursos, muitos em risco, e continuar progredindo mesmo em época de crise como a vigente, porque quando menos se espera há uma inovação, por mínima que seja, que pode melhorar a vida de todos. Em qualquer momento, um - ou uma - Michael Faraday do século XXI pode surgir com algo novo e tornar nosso modo de vida atual emmais uma página a ser escrita no livro da História.
Emilly Rennale F. de Melo
PET Elétrica UFCG

O PET Administração da UFCG tem como um de seus principais objetivos, suprir algumas lacunas existentes na graduação. Recentemente foi desenvolvida uma ação que trouxe como tema para apresentações: “Marketing Pessoal: O seu maior produto é você”. Comumente as pessoas falam sobre Marketing Pessoal, porém não compreendem o que o mesmo significa de fato, sendo assim, perdem a oportunidade de usá-lo ao seu favor como uma grande vantagem competitiva. E afinal, o que é Marketing Pessoal?
O Marketing Pessoal é um conjunto de habilidades e competências que o fazem diferente dos demais. Atualmente com essa grande competitividade, as organizações estão procurando funcionários que tenham mais que apenas conhecimento técnico, querem além disso, o funcionário saiba falar outros idiomas, tenha uma boa oratória, que seja criativo, e muitos outros fatores que venham a agregar à instituição. Como você será promovido se não se destaca? Como você irá atrair clientes se não é bem visto perante a sociedade? O Marketing Pessoal irá justamente facilitar o seu sucesso profissional, irá fazer você se destacar no meio de muitos e assim conquistar os seus objetivos.
Segundo McCaffrey, o Marketing Pessoal baseia-se em quatro pilares:
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Criação de uma imagem pública bem definida: Imagem Pública é o que as outras pessoas pensam sobre você, é sua imagem na visão de terceiros, quando bem definida, você será bem visto pela sociedade e os seus serviços serão mais facilmente recomendados. Por isso, cuidado: um simples deslize pode prejudicar e até arruinar sua imagem, mesmo já consolidada.
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O estabelecimento de relações pessoais de máxima eficácia: Quando se fala sobre relações pessoais, é muito importante destacarmos os contatos. Outro termo bastante importante é o networking, ou seja, rede de contatos. No marketing pessoal, aumentar a rede de contatos significa que você está disposto a trocar experiências com novas pessoas e a firmar parcerias. Portando quanto mais contatos, maiores serão suas chances de sucesso.
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A venda pessoal, a conquista de clientes: Quando estiver com uma imagem pública bem definida e contatos de confiança, chegou a hora de você “vender o peixe”. Confiar nas suas competências e habilidades e sobretudo, conhecer empresa que você representa é essencial para a prospecção de clientes. Atraia a atenção, desperte o interesse pelo produto ou serviço, o desejo pela compra e finalmente a ação: o fechamento da venda.
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Uma permanente preocupação com a satisfação dos clientes conquistados: Nunca se acomode com o que já conquistou, pois sempre vai ter alguém que procurará ser melhor no mercado, e se você se acomodar, você só tem a perder. Então, lembre-se: Fidelizar (manter) clientes é bem mais fácil e barato do que conquistar novos!
“O que separa milhões de pessoas e experts não é necessariamente a competência. O que distingue é como eles se vendem para o mercado profissional. A competência é importante, mas o que diferencia no mercado é a imagem, criada e propagada de si mesmo.” (McCaffrey, 1983)



Plantas tóxicas no ambiente escolar: Transformando risco em infomação
Parceria entre grupo PET conexão de saberes FITOTERAPIA e a graduação de pedagogia da UFCG
Várias plantas, apesar de belas, apresentam em sua composição princípios bioativos com propriedades tóxicas, ou seja: que podem causar sintomas como irritação da pele, vômito, falta de ar, aumento dos batimentos cardíacos, entre outros sintomas, a depender do tipo e intensidade do contato com o intoxicante. Em alguns casos, quando a exposição à tal substância é por via oral, podem levar o indivíduo ao coma ou até à morte (SILVA et al, 2014; VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005).
Estas substâncias não existem por acaso. Elas fazem parte do processo de adaptação de algumas espécies vegetais ao mundo onde cresceram e constitui-se como um mecanismo de defesa contra seus predadores. Os predadores, por sua vez, ao ingerir uma planta com propriedades tóxicas dificilmente farão isso novamente. A experimentação ensina os animais, passando a evitar o consumo de plantas com aquela aparência ou aspecto semelhante(MARTINS, ANDRADE, PAIVA, 2006).
Com esse raciocínio, é fácil um adulto saber que não é seguro levarà boca pedaços ou plantas inteiras que não conheça. Entretanto, esse pensamento não é comum em crianças, já que, a depender da faixa etária, ainda não têm capacidade lógica para aprender isso. Elas devem ser preparadas para evitar o consumo destes vegetais, e cabe ao profissional educador buscar incentivar os infantes a prevenir a intoxicação.O Pedagogo tem função de conduzir os estudantes em diferentes fases de desenvolvimento, em diversos níveis e modalidades do processo educativo ao saber, além de ser o profissional mais presente no cotidiano de crianças. Dessa forma, pode lançar mão do ambiente educador para orientar cuidados que podem impedir a intoxicação de fato(FRANÇA, 2008).
É nesse contexto que se insere a necessidade de capacitação de profissionais educadores através de uma ação extensionista. Desde 2012, essa capacitação é realizada pelo PET Conexões de Saberes Fitoterapia junto à concluintes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), dentro da própria universidade e em escolas públicas da cidade de Campina Grande.
A ação, em sua 3ª edição no ano de 2014, conta com a participação de discentes dos cursos de Enfermagem, Medicina e Psicologia, sob a orientação da Professora Dra. Cristina Ruan Ferreira de Araújo, para fazer o treinamento para prevenção e manejo de acidentes com plantas em ambiente escolar. São trabalhados temas relacionados à Fitoterapia e Toxicologia de uma maneira geral, tais como a diferença entre os conceitos de plantas medicinais, plantas ornamentais, plantas tóxicas, sintomas gerais indicativos de intoxicação exógena, qual a abordagem adequada em um real caso de intoxicação, a atenção ao ambiente onde a criança está inserida (escolas e domicílio), como o desenvolvimento orgânico e cognitivo das crianças podem contribuir para casos reais de intoxicação, estratégias e abordagens educativas lúdicas para orientar crianças a evitar o contato com plantas toxicas, bem como características específicas das plantas que oferecem maiores riscos de intoxicação.
Conhecendo as plantas tóxicas mais comuns em Campina Grande e região, os discentes concluintes de pedagogia podem agir como agentes multiplicadores desse conhecimento nos locais onde trabalharão, contribuindo para evitar cultivo de plantas ornamentais e tóxicas nas escolas, garantindo um ambiente mais seguro (BLANK, 2002; VIEIRA, 2005).
Mas evitar seu cultivo nas escolas, apenas, não é suficiente. Estatísticas mostram que os acidentes com plantas acontecem principalmente antes dos 5 anos de idade e no ambiente domiciliar(VASCONCELOS; VIEIRA; VIEIRA, 2009). Dessa forma, os pais das crianças devem ser orientados quanto à possibilidade de não cultivar estes vegetais em suas residências. Caso isso não possa ser controlado, é importante evitar que crianças pequenas tenham acesso às plantas, e sejam orientadas, desde cedo, a não colocarem esses vegetais na boca ou manipulá-las (VIEIRA, 2005).
Em caso de acidentes, o ideal é que o indivíduo envolvido receba assistência médica urgente, através do Serviço de Atenção Móvel de Urgência (SAMU) ou buscando o serviço especializado no manejo desse tipo de intoxicação, sendo importante guardar a planta suspeita de ter causado a intoxicação para que seja corretamente identificada (BRASIL, 2010). Em Campina Grande, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de referência para casos de intoxicação exógena, seja por plantas tóxicas, peçonha de animais ou produtos domissanitários, é o CEATOX, sediado no Hospital Regional de Emergência eTrauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.
PLANTAS TÓXICAS MAIS CONHECIDAS (segundo a Fiocruz):

COMIGO NINGUÉM PODE (Dieffenbachiapictada);
Causa sensação de queimação, edema(inchaço) de lábios, língua e palato; náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia(sufocamento), dor abdominal, irritação e lesão da córnea (olho).
COROA DE CRISTO
(Euphorbiamilii);

A seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de l ábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia.
URTIGA
(Família Urticaceae)

O contato causa dor imediata devido ao efeito irritativo, com inflamação, vermelhidão na pele, bolhas e coceira.
Fotos das duas turmas de Pedagogia UFCG que concluíram o curso de Prevenção de Intoxicações exógenas no ambiente escolar:
Tuma 1 (Quintas e Sextas)

Turma 2 (Final de Semana)

