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Diário de um Engenheiro Químico

        Durante um período de 06 meses, de abril a outubro de 2015, tive a oportunidade de realizar um estágio na Empresa Plasvan, Campina Grande -PB, uma indústria que produz uma variedade de produtos a base de polipropileno e polietileno, sob a orientação do professor Laércio Gomes de Oliveira, atuando na área de controle de qualidade.

        De antemão posso afirmar que foi uma experiência bastante proveitosa, a qual contribui de uma forma muito positiva para minha formação enquanto engenheiro químico, visto que o estágio tem esse objetivo de complementar à formação acadêmica, através da integração entre a teoria e prática.  

        Na empresa juntamente com as pessoas que trabalhavam comigo, tínhamos que diariamente assegurar que o produto estivesse dentro dos padrões necessários para que pudesse seguir para o setor da logística, quando um lote, ou uma quantidade. Quando determinado produto apresentava qualquer tipo de reprovação, era necessária a elaboração de relatórios no qual fossem apresentadas as falhas no processo produtivo e quais seriam as possíveis soluções. Tive a oportunidade de presenciar alguns problemas, e em equipe buscar as devidas soluções, tais como mistura das matérias-primas em proporções erradas, problemas nos trocadores de calor, acarretando no superaquecimento das máquinas etc. Enfim, uma série de questões que eram resolvidas e que me faziam associar com os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

        Por fim, o aprendizado de como se comportar dentro de uma empresa, o desenvolvimento da habilidade de trabalhar em equipe e ter a responsabilidade de realizar os trabalhos dentro dos prazos estabelecidos pelos superiores, me fez crescer além de profissionalmente, pessoalmente.

 

                                                                                                                                    Danilo Pablo

Estágio na Empresa Plascan

        Na mesma época na qual eu estudava o ensino médio, lembro-me de ter visto meu irmão fazer um trabalho como professor visitante na Espanha, o que me deixou completamente fascinado. A partir daí, surgiu em mim a vontade de ter a experiência de viver em outro país, aprender uma nova língua e trazer algo diferenciado que pudesse acrescentar não só na minha vida pessoal, mas também na vida profissional.
        Como a maioria dos estudantes, passei por todo um processo seletivo, para enfim ser selecionado para estudar o período de um ano e cinco meses em Detroit no estado de Michigan, nos Estados Unidos. Ao pisar em solo americano, fui muito bem acolhido e instruído pelos responsáveis que me receberam e me ajudaram durante todo o intercâmbio. Para quem nunca tinha saído da Paraíba, o choque cultural foi muito grande, porém tentei aproveitar ao máximo para conhecer a cultura local, fazer amizades, conhecer novos lugares e melhorar meu nível de inglês.
        Nos primeiros cinco meses, fiz um curso de língua inglesa, o qual me propiciou uma considerável melhoria na fluência da língua daquele país. Após o quinto mês, as atividades como aluno de graduação em Engenharia Química foram iniciadas. A princípio, pensei em cursar disciplinas apenas da grade específica do curso. Entretanto, também resolvi estudar disciplinas que pudessem enriquecer meus conhecimentos acerca da diversidade que me era oferecida. 
        Algo que me chamou a atenção foi a competitividade dos americanos e o excesso de trabalhos acadêmicos semanais, o que sem dúvidas me auxiliou na pontualidade com os meus compromissos e fazer com que eu fosse capaz de dar o melhor de mim. Outro detalhe que me chamou a atenção foi a incrível estrutura tanto das salas de aula, como dos laboratórios de pesquisa da universidade.
        Durante o verão, foi requerido dos alunos do Ciências sem Fronteiras o engajamento em algum estágio ou pesquisa. Optei por ficar na universidade tendo aulas e fazer uma pesquisa relacionada à área de nanoengenharia e nanomedicina sob a orientação do Professor Mark Cheng.         O objetivo geral da pesquisa era fazer um marca-passo usando grafeno, que serviria como condutor e também verificar como a célula reagiria a diferentes tensões. Todavia, a princípio era necessário fazer uma série de experimentos no qual pudéssemos compreender o comportamento das células do miocárdio, aplicando-se técnicas mecânicas e químicas para ver sua deformação por meio desses estímulos. Era utilizado um sensor nanomecânico, que projetava a força aplicada nos cardiomiócitos com base no polímero Polidimetilsiloxano (PDMS). No início, senti um pouco de dificuldade já que a pesquisa era relacionada à área de nanomedicina, mas aos poucos fui entendendo o que eu deveria fazer e acabou dando tudo certo!
        Durante toda minha estadia nos Estados Unidos, vivenciei experiências que nunca pensei que poderia vivenciar. Aproveitei cada oportunidade que me era oferecida, conheci diferentes culturas, lugares e pessoas que me fizeram ter uma visão de mundo diferenciado. Acredito que essa experiência me enriqueceu imensamente, me tornando uma pessoa ainda mais responsável, independente, me fazendo também enxergar o mundo de uma ótica promissora. 

     

                                                                                                                       Orlando Xavier
                                                                                               Participante do Ciências sem Fronteiras
 

          A experiência de morar fora do Brasil abriu novos horizontes e perspectivas em relação à vários aspectos culturais, de linguagem e de vivência. Morei durante 17 meses na cidade de Waterford, na República da Irlanda, onde a língua inglesa é predominante. Apesar de ser uma cidade pequena, esta é bastante procurada por estudantes de todo o mundo que estão em busca de uma formação superior no Waterford Institute of Technology e é super comum encontrar árabes e chineses em qualquer parte da universidade. Esta diversidade de povos foi super importante no que diz respeito à minha adaptação neste país tão cheio de culturas distintas.

            No início, houve um pouco de desconforto em relação à todas as novidades encontradas em Waterford. Daí vieram viagens, amizades, parcerias, estudos e projetos que valeram à pena cada esforço e cada momento vivenciado. Muitas pessoas ainda têm certo receio no que diz respeito a morar fora da comodidade da cidade de origem ou cidade em que estuda, mas muitas vezes precisamos sair nossa zona de conforto para encontrar outra, que foi de fato o que aconteceu.

          O processo seletivo foi um pouco demorado, mas no final das contas, tudo valeu à pena. O enriquecimento no currículo foi fundamental para a minha decisão de realizar este intercâmbio, bem como o aperfeiçoamento na língua inglesa que hoje em dia é um requisito básico e fundamental para qualquer área profissional e que infelizmente muitos profissionais não possuem este conhecimento. 

            Mas como nem tudo são flores, o intercâmbio também tem a parte ruim, que é a parte em que chega ao final, só restam saudades e boas lembranças de todo o processo de aprendizado e de todas as pessoas incríveis que conhecemos ao longo do tempo. Portanto, se tiver oportunidade, viaje e aproveite ao máximo esses momentos de puro enriquecimento acadêmico e cultural que só um intercâmbio pode proporcionar.

                                                                           Elvis Henrique

Participante do Ciências sem Froteiras 

         Conheci a Braskem S/A quando estava cursando Engenharia Química na Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, em razão de ser uma empresa sempre recomendada pelos professores do departamento para estágio. Já possuía um grande interesse em fazer parte do grupo, aumentando ainda mais quando pesquisando conheci sobre a sua missão, visão, valores, objetivos e metas, o que proporcionam uma cultura de relação inter-pessoal ainda mais admirável quando vivenciada.

           Um dos momentos mais importantes da formação iniciou na minha primeira participação no processo seletivo para estágio no ano de 2013, onde cheguei à última etapa da seleção, mas pelo motivo de não ter terminado o último período de disciplinas não foi possível estagiar naquele momento, visto que o estágio seria presencial no estado de Alagoas/AL. Contudo, no ano de 2014, já apta para o estágio, fiz novamente a inscrição pelo site da Cia de Talentos para a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA), fui aprovada!!! Mas para chegar a essa aprovação foi necessário passar por dinâmicas de grupo, dinâmicas individuais, entrevistas e uma bateria de exames médicos. A ansiedade e a tensão entre cada etapa eram intensas e o retorno para novas etapas levavam cerca duas semanas.

         Comecei a estagiar em setembro de 2014, realizando o estágio nas duas unidades da Empresa no Estado de Alagoas: unidade de Cloro/Soda (Maceió) e a unidade de PVC (Marechal Deodoro), onde obtive conhecimentos significativos por meio dessa experiência que tenho utilizado atualmente como profissional.

Desde o início ainda nos bancos acadêmicos, sempre tive a convicção sobre qual a área futuramente iria atuar e aplicar meus conhecimentos, ou seja, Meio Ambiente, bem como de que essa seleção essa seria uma oportunidade ímpar para iniciar a minha carreira profissional, mesmo estando concorrendo apenas para 1 (uma) vaga para o estado de Alagoas/AL, segui minha convicção. Durante o processo seletivo conheci muitas pessoas o qual até hoje tenho contato!

        Durante o estágio no SSMA aprendi que este possui enfoque nos seguintes sujeitos: funcionários, clientes, acionistas e sociedade em um todo. Atuando assim, no estímulo a prevenção e promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas, através da segurança do trabalho, proteção do meio ambiente e utilização econômica de recursos naturais, garantindo o que preceitua o princípio do desenvolvimento sustentável e da intergeracionalidade ambiental. Ou seja, extração dos recursos naturais indispensáveis ao atendimento das necessidades atuais de forma parcimoniosa com garantia de capacidade para atender as futuras necessidades das próximas gerações.

          Dessa forma, é indiscutível que a Braskem prioriza a preservação do meio ambiente investindo sempre em inovação e tecnologia, com foco em Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Com isso, ela garante a perpetuidade do negócio, possibilita a oportunidade para que os Integrantes se desenvolvam profissionalmente, bem como trás um retorno social com a geração de emprego. Sendo assim, é impossível não levar os princípios de SSMA e aplica-los no dia a dia profissional!

         Ademais, o aprendizado foi contínuo! Durante o estágio, trabalhei diretamente com todas as áreas da empresa, seja por meio de visita ou pelo recebimento das permissões de trabalho o qual eu era responsável, contabilizando e fechando os Índice de Prevenção (IP). O estágio consistiu no acompanhamento mensal do (IP) da empresa, índice criado pela mesma para proporcionar e oferecer uma análise crítica e precisa dos riscos e/ou perigos de acontecimentos de possíveis acidentes de trabalho, ao qual seus dados são apreciados mês a mês, através de ferramentas como: permissão de trabalho, diálogo de saúde, segurança e meio ambiente, resposta a emergência e etc, sendo assim apresentados após sua análise final a todas as áreas das duas unidades/plantas, Cloro/Soda e PVC.

          Por fim, meu estágio terminou em Março de 2015, foram 6 (seis) meses, que poderiam ser prorrogados para igual período conforme avaliação do meu desempenho, contudo apareceu a oportunidade de trabalhar no Órgão Ambiental do Estado de Alagoas, mais precisamente  no “Instituto do Meio Ambiente” (IMA), ao qual fui indicada por pessoas que me avaliaram durante o estágio, onde permaneço até a presente data trabalhando com licenciamento ambiental das indústrias e postos de combustíveis de todo Estado de Alagoas, mas sempre tendo contato com a área de SSMA da Braskem, visto que a área tem contato mensal com o Órgão ao qual o licencia, e esse vínculo é um vínculo que me orgulho em ter, pois hoje continuo colaborando com a área de SSMA da Braskem. E como se diz na Braskem, uma vez SSMA sempre SSMA!

                                                                                         Jakelline Nunes

Estágio na Embresa Brakem

Simulado do SSMA - Vazamento de soda no navio
Simulado do SSMA - Vazamento de soda no navio
Entrevista para a TV local sobre o estágio na Braskem
Turma de estagiários que entraram na mesma seleção

          Oito meses após a abertura do edital, finalmente em Junho de 2014 havia chegado a horar de descobrir um pouco mais do mundo. Durante um ano e dois meses, fui bolsista do programa Ciências sem Fronteiras, onde fiz um curso intensivo de dois meses de inglês e cursei dois períodos de Engenharia Química na Queen’s University Belfast, no Reino Unido. Belfast é a capital da Irlanda do Norte, que a partir de 1920, depois da Lei do Governo da Irlanda, decidiu permanecer sob o domínio do Reino Unido. Fica a 160 km de Dublin, capital da República da Irlanda. A história de divisão da Ilha esmeralda (que se dividiu em Irlanda e Irlanda do Norete) é muito triste e envolve conflitos armados entre civis onde a religião e a política se misturaram. Foram essas as primeiras informações que levantei sobre o local que estava indo morar. Com a convivência pude comprovar que a influência disso tudo na vida dos jovens de lá foi muito significante, eles geralmente não gostam de comentar sobre o assunto e por conta disso cresceram desacreditando na existência de Deus. Um pouco triste não? Mas esse conflito todo felizmente já foi superado pelo país.

          Com o visto em mãos, passagens compradas e despedidas encerradas, eu estava finalmente pronto para ir. Após muitos contratempos cheguei em Belfast. Tive pouca ou quase nenhuma dificuldade para me adaptar; achei estranho ter sol no verão até as 23h, a comida lá era sempre picante e nossa, aquele inglês pareciam agulhas entrando nos meus ouvidos. Durante o período em que estive estudando inglês, morei somente com brasileiros, mas quando as aulas da universidade começaram, tive a oportunidade de escolher com quem morar. Eu e meu grupo de amigos fomos um dos poucos que decidimos não morarmos juntos e foi assim que passei o período do ano letivo morando com 7 irlandeses, 2 inglesas e 1 espanhol em um flat com 11 quartos individuais e uma common room (cozinha e sala de estar). Lá eu fiz bons amigos, aprendi muitas gírias locais, muito da cultura da Irlanda e da Inglaterra, acompanhei de perto cada costume e crença praticada no dia a dia e nas datas comemorativas; trocamos experiências, receitas, brincadeiras locais, costumes... enfim, vivi como um nativo sem perder a referência do meu país de origem, podendo assim também passar para eles costumes e valores que são cultivados no Brasil. Lembro-me deles terem ficado surpresos com a facilidade que temos de dividir as coisas e várias vezes fui questionado o porquê de estar oferecendo um lanche ou uma bebida, por exemplo. “Você não gostou?” ,“Está estragado?” perguntavam eles. Eu sempre dizia que uma cordialidade, que não gostava de comer na frente de alguém sem oferecer e que era um costume dos brasileiros. Eles respondiam dizendo estar admirados, perguntavam se realmente podiam aceitar e então sentavam-se para comer. O mais gratificante de tudo foi que eles aprenderam a também compartilhar lá na cozinha do flat.

         Na universidade, cursei disciplinas da graduação e do mestrado. Foquei na possibilidade de conseguir dispensas e para isso já havia saído do Brasil com as ementas de todas as disciplinas que ainda não tinha cursado. Ao voltar, consegui eliminar em média um período de disciplinas e fiquei muito satisfeito com o resultado obtido. Pude perceber que o ensino no Brasil é muito disperso: aprendemos coisas no ciclo básico sem serventia ou que não aplicamos a nossa área de conhecimento, não conectamos tão bem um conteúdo a outro de disciplinas diferentes e principalmente não há uma organização esquematizada sobre como abordar o assunto em sala de aula. Lá é bastante comum uma disciplina ter várias “frentes” e cada uma dela ser lecionada por um professor diferente, já que cada um é especialista em uma área; tive trabalhos que contavam pontos para duas disciplinas, porém com pesos diferentes para cada uma e várias vezes assisti aula com dois professores em sala de aula.

            Durante minhas férias de verão desenvolvi uma pesquisa com tintas inteligentes, tintas capazes de se auto limparem, eliminando a necessidade de alguém ter que fazer a limpeza dos vidros que ficam em andares altos em um prédio ou a necessidade de esterilização de materiais cirúrgicos, por exemplo. Geralmente essas tintas são incolores e nem percebemos a existência dela no material. Durante as pesquisas que aconteciam somente durante as férias para os alunos de graduação, pude perceber o quão focado eles são. Todo tempo em laboratório era gasto fazendo síntese, produzindo e discutindo os resultados obtidos. Não haviam problemas com escassez de reagentes e nem com maquinário quebrado. A preocupação com segurança era extrema e tudo que se precisasse estava próximo ao alcance das mãos. Bastava disposição pra colher bons resultados.

            Apesar de toda essa contribuição para a minha vida acadêmica, o maior legado desse intercâmbio com certeza está no campo pessoal. É impagável a capacidade de poder compreender e falar bem uma outra língua, de ter vivido experiências corriqueiras em um outro país que você morou e principalmente de poder ter repetido essas mesmas experiências em vários outros países porque você também teve a oportunidade de viajar bastante. Isso tudo lhe dá a confiança de poder ir e vir sem hesitar, de não temer ter que ir a um país nunca visitado antes, seja a trabalho ou a passeio, por que no fim das contas você já está acostumado a isso tudo e se sente realmente um cidadão globalizado e do mundo.

                                                                                                                   Everton Souza

Participante do Ciências sem Froteiras 

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